A criação de ligas dos clubes brasileiros de futebol voltou a ser uma pauta relevante, ocasionando bastante discussões.
É que depois do encerramento das atividades do Clube dos 13 e da FBA, entidades que organizavam os campeonatos brasileiros das Séries A e B, respectivamente, os clubes ficaram dependendo apenas da CBF que, a priori, deveria cuidar (como cuida), apenas dos assuntos ligados à Seleção Brasileira.
Na verdade, os clubes brasileiros, a maioria deles atolados em dívidas, onde só quem respira um pouco melhor hoje são o Palmeiras e o Flamengo, precisam urgentemente encontrar um caminho que consiga mantê-los em funcionamento, sem correrem o risco de encerrarem suas atividades e fecharem suas portas.
Pelos dados da plataforma da Fifa, tínhamos, em 2021, 656 clubes de futebol profissional no Brasil, a maioria vivendo à míngua, sem poder contar mais com as rendas de suas bilheterias, cujas arrecadações foram despencando ao longo dos anos, aumentando significativamente por conta da violência do futebol.
Ninguém pode afirmar que a criação de Ligas seja a solução para o futebol brasileiro, mas pode ser um caminho.
Como um dos presidentes de federações de futebol mais atuantes, no País, Dr. Evandro Carvalho, consultado pela nossa equipe, deu a seguinte declaração:
“Ao longo das últimas semanas a imprensa tem dado destaque a um potencial interesse de clubes brasileiros de comercializarem direitos de imagem da série A do Brasileirão.
Pois bem. Fui instado a externar uma opinião, razão dessa simples manifestação.
Na verdade, os clubes sempre fizeram isso, assim, qual é - ou seria - a diferença agora?
É simples: até hoje a CBF, dada à sua expertise, prestígio e, especialmente, em face de ser a única entidade dirigente nacional do futebol que tem independência e, o mais importante, não auferir lucro com o evento, sempre desempenhou tal papel.
E' interessante, até inusitado, que uma entidade que não é beneficiária da receita de uma atividade se esforce tanto, ao longo de décadas, em produzir riqueza para terceiros.
O fato é que a CBF, com muita competência, negocia seus patrocínios junto à Seleção Brasileira (sua fonte única de receita) e ainda se dedica aos clubes.
Desse modo, o surgimento da Libra, da LFF ou de qualquer outro grupo será muito bem recepcionado pela CBF, pois, confirmada tal hipótese, ela, a CBF, estaria liberada de trabalhar arduamente, sem qualquer remuneração clubística.
De igual modo, presumindo que o investidor, por estar pagando, irá realizar a competição com todos os seus ônus, restaria à CBF - desobrigada de toda "trabalheira" que dá formatar, organizar e dirigir administrativa, técnica e judicialmente a mesma.
E, se por outro lado o investidor se clarear incompetente para tanto, presume-se que deveria remunerar quem trabalhasse para tal.
Ao fim e ao cabo tem todo interesse e desejo a CBF de que os clubes consigam, de fato, encontrar investidores, negociar com esses e, efetivamente, realizarem a competição.
Alguém me perguntou: ‘você acredita nisso?’. Respondi, de imediato, ‘CLARO, desde que os clubes pensem e ajam com interesses republicanos, onde o objetivo seja o bem comum’.
Enfim, que o coletivo se sobreponha à individualidade.
Quem viver, verá”.
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