Por João Paulo (*)
Na maioria das vezes, a relação política e partidária se dá através de compromissos programáticos, que são sempre norteados por pressupostos como o respeito. Tem sido sempre desta forma que o PT se pautou ao longo de sua trajetória.
O partido nunca se negou a entendimentos, por mais difíceis que eles parecessem ser em alguns momentos.
O PT teve a oportunidade de comandar a prefeitura do Recife por três vezes seguidas. Na eleição de 2008, o partido entendeu que deveria puxar o PSB para o projeto. Não apenas na condição de aliado, que já era, mas ocupando a vice. Assim foi pactuado e as urnas conduziram o PT e seus aliados a mais uma vitória em primeiro turno.
O que acontece é que a política não pode ser pautada por deslumbre, por interesse de poder absoluto, de concentração de poder. O PT sempre foi um aliado importante e sempre buscou o entendimento, mesmo quando tratado de forma desrespeitosa.
A eleição de 2020 torna-se emblemática nesse sentido. PT e PSB, então irmãos aliados, que transformaram o estado nos anos do governo Eduardo Campos e, portanto, eram fortes juntos, rivalizaram pela chance de administrar a capital pernambucana. E esta disputa deixou traumas.
Naquele ano, o fato de o PT se colocar como interessado em conduzir os destinos da cidade que já havia governado, mais do que uma cisão política ou um distanciamento, levou o PSB a agir de forma desleal, agressiva e desrespeitosa desconsiderando todo o passado construído.
Mas como eu disse, o PT sempre busca o entendimento. Dois anos depois, superando e curando as cicatrizes, esteve ao lado do PSB, apoiando Danilo Cabral na disputa ao governo de Pernambuco, em um momento de absoluta fragilidade no campo socialista. Danilo não foi sequer ao segundo turno, mas o PT manteve-se ao seu lado.
A vitória do PT e de Lula no âmbito nacional, por sua vez, resgatou uma política administrativa que voltou a ter impacto no estado, mas sobretudo no Recife, que não vivia bons momentos.
Agora nos aproximamos das eleições de outubro, com o PT renovado e querendo voltar a ocupar um espaço político importante. Os petistas entendem que este é o momento de resgatar o verdadeiro compromisso que o PSB deve ter com o PT, depois das eleições de 2020 e da solidariedade ofertada em 2022. Esse compromisso, mais do que político, é de respeito. O que se espera não é apenas a indicação de um vice. O que se quer é que se prevaleça e se resgate o respeito.
O PT merece respeito e o PSB deve respeito ao PT.
(*) João Paulo, deputado estadual e ex prefeito do Recife
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