O documentário Quando Elas se Movimentam, produzido pela TV Senado e dirigido pela cineasta Susanna Lira, terá sua pré-estreia em 28 de novembro, às 19h, na 20ª Mostra Internacional de Cinema Negro (Micine), no Centro Cultural da Fiesp, em São Paulo.
O título da produção é inspirado em frase da ativista norte-americana Angela Davis: "Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela". O documentário narra a história de três mulheres negras cujas trajetórias pessoais se entrelaçam com leis que transformaram suas vidas e a de inúmeros cidadãos brasileiros.
As protagonistas do filme são Angélica, a primeira universitária do Quilombo Júlio Borges, em Salto do Jacuí (RS); Antônia, juíza que começou a vida como empregada doméstica; e Luana, atriz que inspira seu trabalho em sua negritude e nos passos da avó, a também atriz Chica Xavier. O documentário associa as histórias dessas mulheres às lutas do povo negro ao longo do tempo.
Segundo o diretor da TV Senado, Érico da Silveira, a emissora permite que o cidadão esteja presente nos plenários do Parlamento, mas o documentário busca inverter a perspectiva, revelando como as leis impactam as vidas das pessoas.
— Ao contar a história de três mulheres pretas e suas vidas extraordinárias, conseguimos perceber como as leis permeiam suas vidas e como o Parlamento, que materializa estas leis, é mesmo “a caixa de ressonância da sociedade”, como bem aponta a personagem Antônia — explica.
Para Érica Ceolin, diretora da Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom), o documentário é uma forma de representar a atuação do Senado na "escuta ativa" da sociedade.
— Os direitos chegaram à população negra e, dentro da população negra, àquela parcela que mais sofre preconceito, que são as mulheres. Quando temos essa conquista, percebemos a importância de ter um Senado que faz uma escuta ativa da sociedade e, ao mesmo tempo, a importância de a sociedade continuar reivindicando os seus direitos — declara.
Quando Elas se Movimentam faz parte das ações comemorativas dos 200 anos do Senado Federal e também será transmitida em breve pela TV Senado.
Susanna Lira é uma cineasta conhecida por documentários centrados em mulheres, como Positivas (2010), Torre das Donzelas (2018) e o autobiográficoNada Sobre Meu Pai (2023). Ela também dirigiu biografias documentais sobre o humorista Mussum, os ex-jogadores de futebol Adriano e Casagrande e a escritora Fernanda Young. Lira também tem trabalhos na ficção, com as séries Não Foi Minha Culpa (2022) e Rotas do Ódio (2018).
A Mostra Internacional do Cinema Negro é um projeto acadêmico e cultural que visa promover a cultura negra, valorizar a representatividade afrodescendente no cinema e estimular discussões sobre as questões étnico-raciais no Brasil. A programação começou em 20 de novembro e prossegue até 15 de dezembro com debates, palestras e exibição de filmes brasileiros e internacionais. O evento é realizado numa parceria entre o Canal Futura e o Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP).
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