A médica oncologista Nise Yamaguchi falou à CPI da Covid, no Senado, por por mais de sete horas nesta nesta terça-feira (1º). Ela contradisse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta sobre suposta tentativa de alterar a bula da cloroquina, negou participação em um suposto "gabinete paralelo" e defendeu a adoção do tratamento precoce e da cloroquina contra infecção por covid-19.
Um dos temas mais presentes foi a tentativa de alterar a bula da cloroquina. Ela contradisse o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, que afirmou à comissão que a médica propôs mudança da bula em reunião no Palácio do Planalto no ano passado. Também apresentou versão contrária à do ex-ministro Luiz Henrique Madetta, que afirmou ter visto na reunião uma minuta para alterar a bula da cloroquina.
Segundo a médica, no encontro realizado em abril do ano passado discutiu-se uma minuta relativa ao medicamento, mas que não se tratava de um documento para a alteração das recomendações de uso do remédio. Conforme a oncologista, era um "um rascunho de como poderia ser disponibilizada uma medicação que estava em falta" e abordava também a "adesão ao tratamento de acordo com um consentimento livre esclarecido e notificações no site da Anvisa".
Ela também descartou que na reunião tivesse sido debatido um decreto para alteração da bula. "Não existiu ideia de mudança de bula por minuta, nem por decreto", disse.
Ela negou ainda que o encontro tivesse sido uma reunião de um suspoto gabinete paralelo e não oficial do governo para aconselhamento e decisões envolvendo à pandemia." Fui convidada científica para a reunião, uma reunião oficial, dentro da Presidência da Casa Civil, com o ministro da Saúde [Mandetta] e o presidente da Anvisa", afirmou.
Barra Torres declarou que, na reunião, a médica tinha sugerido a mudança na bula e que ele prontamente rejeitou a ideia. "Minha reação foi imediata, dizendo que aquilo não poderia ser", disse aos senadores.
Em julho do ano passado, Nise Yamaguchi foi suspensa pelo Hospital Albert Einstein por fazer uma analogia entre o pânico da pandemia e o Holocausto - como é conhecido o genocídio de 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.
"Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações, humilhações, humilhações...", disse a médica. Após a entrevista ser publicada, ela se desculpou.
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