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UM OLHAR SOBRE O RECIFE

03/02/2024 21h07 Atualizada há 7 meses
Por: Marcos Lima Fonte: Redação do Portal Difusão Brasil
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Por Bira Tavares (*)

 

Recife é minha cidade natal, a cidade que eu amo e que tenho interesse em vê-la cada vez mais bela, mais acolhedora, mais aconchegante e mais segura, tanto para nós - seus filhos -, como para aqueles que a visitam, sejam de outros municípios de Pernambuco, do Brasil ou do resto do mundo.

Hoje, temos um prefeito que demonstra o interesse em melhorar nossa cidade, no entanto, mesmo passados 3 anos de sua gestão, muita coisa ainda está por fazer. Algumas dessas teriam que ser realizadas imediatamente, no primeiro ano de sua gestão.

Afinal, ele é natural desta cidade, muito bem cognominada de Veneza Brasileira, e a conhece muito bem, conhecendo as suas grandes necessidades.

Como ando sempre observando tudo em nossa cidade, elenco aqui algumas dessas coisas que ainda estão muito aquém do que a população precisa, do que nós todos - recifenses -, precisamos.

1.    SEGURANÇA

Para uma cidade que quer reconquistar a posição de “porto e porta de entrada do Nordeste”, para capitais menores, inclusive, este é um item de extrema importância.

Afinal, além da falta de segurança que impera em todos os quatro cantos da cidade, da Zona Sul à Zona Norte, da Leste à Oeste, há pouco mais de um ano atrás, no dia 8 de dezembro de 2022, tivemos o triste caso da morte do turista alemão ferido durante assalto, quando passeava com marido no Centro do Recife, perto da Igreja do Carmo. Vítimas, de 68 e 81 anos, chegaram em um cruzeiro e passeavam pela cidade.

Não foi o primeiro e nem tampouco foi o último. Antes e depois tivemos outros casos da mesma natureza, inclusive passados pouco mais de 3 meses, tivemos um caso idêntico e nas mesmas imediações, quando uma turista argentina de 68 anos ficou ferida durante um assalto no dia 16 de março, quando ela e o marido, que também é argentino, foram assaltados após desembarcarem de um cruzeiro turístico, no Porto do Recife. O casal estava passeando no Centro da capital pernambucana quando dois homens abordaram as vítimas na Rua das Flores, no bairro de Santo Antônio.

Casos como esses depõem contra nossa cidade e causam temores nos turistas que pretendem conhecer a capital pernambucana.

Como o assunto diz respeito à prefeitura e ao governo do Estado, acreditamos que basta o prefeito e a governadora sentarem novamente à mesa de um dos palácios, o das Princesas ou o Capibaribe Antônio Farias, discutirem e tomarem juntos providências para sanar, de uma vez por todas, este problema. Durante o Réveillon de 2023 essa união se mostrou eficiente e eficaz e quase não houve nenhum registro de violência, apesar do grande número de presentes na virada do ano. E, recentemente, eles sentaram novamente para discutir sobre o Carnaval e temos certeza que será novamente tranquilo.

Então, que se sentem para resolver os problemas do ano todo, se não zerando pelo menos reduzindo os índices de violência no Estado, na Capital e, sobretudo, no centro do Recife.

2.    MENDIGOS

Entendo o quanto é difícil se administrar uma cidade grande como o Recife, com tantos problemas, com tanto tempo de abandono pelos governantes. Mas há certas coisas que são essenciais e requerem urgência nas suas soluções.

No mundo inteiro a situação de mendigos espalhados pelas principais cidades é alarmante, uma prova inconteste de que a fome e a miséria estão por toda parte - já presenciei isto em Buenos Aires, na Argentina, que já foi muito melhor neste assunto, pois em 2001 quando lá estive, durante 6 dias passados lá, não vi um mendigo nas ruas ; em Vancouver, no Canadá, durante os Jogos Olímpicos de Inverno; em Gotemburgo, na Suécia.

Obtive informações de que a Prefeitura de Recife criou alguns abrigos na cidade mas que, na hora de retirar os mendigos das ruas eles não aceitaram ir para um abrigo. Aí, acredito, que deve entrar a lógica: se não quer ir par ao abrigo, onde terá apoio, alimentação, cama mais confortável que as calçadas, roupas limpas e outras melhorias, nas ruas também não pode ficar. O que não pode continuar é as principais ruas da cidade ficarem cheias de mendigos, além de vândalos, desocupados, marginais, amedrontando, assaltando e até ferindo e matando pessoas.

Segundo matéria do g1 PE, em setembro de 2023, o Recife tInha 1.806 moradores de rua, um contingente 30% maior do que o que se verificava antes da pandemia. A maioria são homens (75%), adultos (83%), de cor preta ou parda (80%), que nunca voltaram a viver numa residência desde que saíram da casa onde moravam (55%). Além disso, boa parte deles não sabe ler ou escrever (22%), é dependente de álcool e outras drogas (30%) e apresenta algum tipo de deficiência (41%).

Ocorre que muitos desses têm moradia. Simples, mas têm. Têm um teto, mas preferem ficar na rua onde, de alguma forma, sempre tem alguém que dá uma esmola, alguns grupos fazem mutirões de ação social e assim eles vão vivendo e - infelizmente -, causando apreensão aos transeuntes pois nunca se sabe se são mendigos ou bandidos.

Mas tem que se resolver e tirá-los das ruas, isso tem que ser feito. E também depende de parcerias da Prefeitura com o Governo do Estado.

Maria José Cavalcanti mora na Praça Dezessete, no Centro do Recife. ele afirma que prefere dormir na rua a ir para um abrigo noturno da prefeitura.

"Porque no abrigo não vai ser minha família, minha casa. Não vou poder assistir à televisão que eu quero. Assisto sempre no meu celular. É melhor estar na rua", declarou.

3.    VANDALISMO

Um outro caso que afeta a vida das pessoas, dá prejuízo ao município e ao Estado, e também tira as famílias das ruas, levando-as a ficarem em casa, trancadas são, sem dúvida, os atos de vandalismo ocorridos na cidade, há muitos anos, sem uma solução mais severa.

Nós vemos uma notícia como esta:Prefeitura do Recife irá recuperar monumentos que foram alvo de vandalismos e furtos - Em publicação nas redes sociais o prefeito João Campos anunciou brevidade na reposição dos monumentos e os orçamentos já foram solicitados aos artesãos. Gastos com manutenção ocasionada por vandalismo ultrapassam R$ 2 milhões anuais. Apenas o Parque de Esculturas de Brennand recebeu investimentos da ordem de R$ 5,5 milhões

Recentemente, cinco obras emblemáticas da cidade foram alvo de ações criminosas, todas com peças feitas em bronze, e serão repostas com brevidade. Entre elas, o Busto de Frei Caneca, no Bairro de São José. O anúncio foi feito pelo prefeito João Campos.

“Eu tô aqui no local ao lado do Forte das Cinco Pontas onde ficava o busto de Frei Caneca, que foi furtado de maneira criminosa neste final de semana. Nós vamos refazer o busto porque jamais deixaremos esquecidos ou negligenciados os heróis que ajudaram a construir o nosso Estado. É importante que a gente denuncie qualquer ato de vandalismo, qualquer ato criminoso”,  ressaltou o prefeito.

Por isso, a gestão municipal conta com o apoio da população na manutenção do patrimônio público.

Não é o apoio da população que irá acabar com esses atos de vandalismo. Até porque, a população só pode denunciar quando acontece.

Ora, meus senhores, sai muito mais barato e seria muito mais eficiente, a prevenção. E como poderia ser feita essa prevenção?

Com policiamento, com a parceria do Governo do Estado para, juntos, evitarem tanto gasto com recuperação de tudo que os vândalos, criminosamente, destroem.

Urge que se unam a Prefeitura do Recife, a Câmara Municipal do Recife e o Governo do Estado para discutirem, deliberarem e resolverem, de uma vez todas, esta situação.

 

4.    RECIFE ANTIGO

O bairro do Recife Antigo é um local aprazível para se passear, nos finais de semana, tomar uma cerveja, levar os filhos para andarem de bicicleta, de patins e outras coisas mais.

Já foi bem melhor. Na gestão de Jarbas Vasconcelos, nos anos 80, ele promoveu o Plano de Reabilitação do Bairro do Recife, onde a movimentação e a visitação, de nativos e turistas, eram bem superiores.

O prefeito João Campos tem trabalhado neste sentido, no entanto, além de não ter ainda atingido o mesmo nível, existem problemas que, certamente, ele não tem ciência nem seus assessores lhe informam. E são muitos.

Um desses, diz respeito à segurança. Além dos riscos comuns em toda a cidade, quem se aventura a ir de carro ao Recife Antigo, ao chegar lá é perseguido por vários flanelinhas, que incomodam e, muitas vezes, ameaçam os visitantes, tudo sob o olhar complacente da Guarda Municipal e de policiais que por lá transitam.

Ora, se nos finais de semana os estacionamentos não são cobrados pela prefeitura, então tem que se garantir a utilização livre pela população. E isto, naquele bairro como em vários outros de toda a cidade, só se consegue com policiamento ostensivo.

Dois casos envolvendo crimes cometidos por esses “guardadores” vieram à tona recentemente: as ações de dois “flanelinhas” foram noticiadas pela mídia: no primeiro caso, um flanelinha danificou o carro de um turista na Praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, após o proprietário do veículo não ter dado a devida atenção na hora em que os serviços foram oferecidos; o segundo caso foi de um outro flanelinha foi preso após tentar extorquir um casal de delegados que estava estacionando o carro no bairro do Espinheiro, no Recife.

No segundo caso, o acontecimento se deu contra um casal de delegados que tem o poder de dar voz de prisão. E quanto aos visitantes comuns, eu e você, como terminaria esse caso? Apesar de que, nesse caso, os delegados têm realmente esse poder e o dever de daar a voz de prisão, mas, em se tratando de flgrante delito, qualquer cidadão pode dar voz de prisão. O problema é que a maioria não sabe disso, e os que sabem muitas vezes não querem correr o risco de dar voz de prisão a alguém que está cometendo o delito e essa pessoa estar armado - ou mesmo - sem arma e, além de não acatar, ainda por cima se voltar contra quem está lhe dando voz de prisão.

Em 2015, foi realizado um projeto piloto no Bairro do Recife, em parceria com a Secretaria de Defesa Social (SDS) do governo do Estado, com o objetivo de identificar os guardadores de carros do local e coibir eventuais abusos.

Naquele ano, o prefeito do Recife era Geraldo Júlio e o governador era Paulo Câmara. Ambos do mesmo grupo político, do mesmo partido. Hoje, prefeito e governadora são de grupos políticos diferentes, de partidos diferentes. Mas, em ambas as épocas, a população era a mesma, a necessidade de segurança era a mesma, e a obrigação dos gestores de administrarem a cidade e o Estado também é a mesma.

5.    BAIRROS DE SANTO ANTÔNIO E SÃO JOSÉ

O abandono a que está relegado o centro da capital pernambucana, principalmente os bairros de Santo Antônio e São José, é algo inacreditável, inaceitável e que depõe contra a história do Recife e afasta as famílias do bairro que já foi especial para passeios, para idas ao cinema, encontros com os amigos em bares como o Bar Savoy, ou o lanche depois da sessão de cinema na Botijinha.

Na semana pré-carnavalesca a Avenida Guararapes formava um corredor com a Avenida Conde da Boa Vista e por elas acontecia o corso, com as pessoas se divertindo e fazendo “guerras” de serpentina e lança-perfume.

Com certeza, a falta de segurança é um dos fatores que afasta a população até mesmo do hábito anterior de fazer compras no centro do Recife. As pessoas andam pelos bairros de Santo Antônio, pelo circuito vuco vuco do bairro de São José e raramente se defrontam com agentes de segurança, sejam guardas municipais ou da Polícia Militar. Eles até que aparecem, mas isso ocorre quando acontece uma tragédia de grande repercussão, como o assalto que resultou na morte do turista alemão Werner Duysen Gurkasch, 81, abordado e derrubado por marginais, no Pátio do Carmo, em que ele veio a morrer, como já citamos acima.

 Assaltos e agressões são constantemente relatados por comerciantes e frequentadores do Centro.  Até quando essa insegurança vai continuar? Quantos inocentes precisarão perder a vida para se tomar medidas efetivas e eficazes para que o centro da cidade e os demais bairros voltem a ser lugares seguros?

 

 

 

(*) Bira Tavares

é empreendedor educacional

3 comentários
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ANA CELI SILVA MARTINS Há 7 meses Rio de Janeiro-RjExcelente Artigo, Bira. Falando da beleza de Recife, da insegurança da população. Recife, beleza Invejável e de bela história. A insegurança, descaso dos govetnantes, afastando retorno de turistas, visitantes. Movimente mesmo Bira, por uma Recife acolhedora de beleza incrível e povo acolhedor. Parabéns! Excelente artigo! Vamos lutar por segurança e bem estar dos visitantes e população.
Pedro Henrique Lacerda silvaHá 7 meses RecifeSimplesmente perfeita todas as colocaçoes presisamos escolher melhor nossos governantes
Loreno Paraíba Há 7 meses Recife Caro Amigo Bora, sou apreciador seu, do seu trabalho, dos seus objetivos, li e gostei do seu artigo, infelizmente o seu e meu Recife constantemente é vítima dos descasos administrativos dos políticos que muitas das vezes usa a cidade como trampolim da carreira, para não dizer mais, enfim, vi que o ponto primordial de todo o problema de nossa Veneza é a segurança, ou mudamos rigorosamente as normas penais e as colocamos em prática com objetividade, e assim, matamos o mal pela raiz. Parabéns
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